Arquivo para David Byrne

the best funeral ever

Posted in Genealogias de minhas paixões, homenagens, musique non stop with tags , , , , , on 12/01/2012 by coelhoraposo

Sem sombra de dúvida, uma das maiores bandas do chamado “rock/pop” surgidas nos últimos 20 anos se chama LCD Soundsystem. Liderada pelo bonachão James Murphy, LCD a banda encerrou suas atividades em 2011 após 3 álbuns impecáveis (ok, This Is Happening não é tão dançante e nem possui o frescor dos anteriores, mas ainda sim um álbum beeem acima da média) e uma série de hits dançantes e “cabeças”. O fim da banda, que chegou a ser comparada ao Talking Heads de David Byrne, foi justificado por seu líder por não haver muito mais espaço para se reinventar dentro do formato a que eles se propuseram no início dos anos 2000, ao lançar o hit provavelmente mais inusitado da história da música pop, Losing My Edge, cuja versão mais curta dura algo como 8 minutos e é basicamente um monólogo de Murphy apresentando a história da música pop nos últimos 40 anos.

Tem um verso da música My My, Hey Hey (Out of The Blue), do mestre Neil Young que diz: It’s better to burn out / Than to fade away. Numa tradução tosca seria algo como “é melhor apagar de uma vez do que desaparecer aos poucos”. Provavelmente James Murphy não tinha esse verso de Young na cabeça quando decidiu pelo fim da banda, mas que foi uma decisão acertadíssima, foi. Melhor sair no auge do que se entregar ao mecanicismo da indústria do entretenimento.

*  *  *

Fui a um show do LCD Soundsystem e perdi dois.

Em 2007, eu não tinha um pau para dar no gato e não fui na vergonhosa apresentação da banda no Marina Hall para algo como 50 pessoas (vergonhosa para este público ridículo de Brasília repleto do “mané brasiliense, essa versão malfeita do coxinha paulistano”, como bem definiu bem minha amiga Andréa)

Em 2010, em Toronto, tive o prazer de vê-los ao vivo. Mas por mais que o show tenha sido ótimo, tinha acabado de receber a notícia de que minha avó tinha falecido em Manaus… Foi um baque receber essa informação sozinho, minha amiga pra todas as horas Erica estava trabalhando e fui para o show sozinho tentando digerir aquela porrada ao som do som alegre de uma das bandas mais enérgicas que já vi. No fim, foi bom para desopilar.

Ano passado, me programei para a última passagem deles pelo Brasil mas razões que o coração desconhece, não fui.

Cerca de dois meses depois, mais precisamente no dia 02/04, James Murphy e banda subiram ao palco pela última vez envergando o nome da LCD Soundsystem. Foi num Madison Square Garden apinhado de gente de todo o mundo e com direito a transmissão ao vivo pela internet. Hoje soube que as últimas 48 horas de Murphy como líder da banda foram registradas e foram condensadas no documentário “Shut Up And Play The Hits” que será lançado nos EUA na próxima semana. Vi o trailer hoje e confesso que tive uma vontadezinha de chorar no fim, pela banda e por todo o turbilhão de sentimentos meus que ela acompanhou.

Como diz no trailer: If it’s a funeral… Let’s have the best funeral ever!

Shut Up And Play The Hits tem tudo para marcar época, como aconteceu com Stop Making Sense, filme dirigido por Jonathan Demme, sobre quem? Justamente o Talking Heads.

E as voltas que o mundo dá…

banho de loja

Posted in estante, musique non stop with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 26/07/2011 by coelhoraposo

Há muitos anos que meu hobby favorito é me perder numa loja de discos. Sempre fui um rato de sebo. Quem me conhece, sabe que sou um apaixonado por música e discos em vinil. Nesta nova visita ao Canadá não foi diferente. Tive que comprar outra mala praticamente só para guardar os discos que trouxe de lá. E ao contrário de antes, quando comprava vorazmente, optei só pelo crème de la crème, mesmo assim foi um bocado de coisa que trouxe das andanças por Montréal (lojinha do Festival de Jazz e a Cheap Thrills) e Toronto (a finada Criminal Records, a monumental Sonic Boom, a aconchegante Kops Records e outras que fui conhecendo na companhia da queridíssima Erica).

Enfim, esses bolachões e esses cd’s dizem muito sobre mim e estou muito feliz em tê-los comigo! (O que me lembra que preciso URGENTEMENTE trazer meus discos de Manaus, onde encontram-se em situação de armazenamento deplorável. Qualquer dica de transportadora será bem vinda.) Mas então, eis o que trouxe:

  • Aux Armes Et Cætera, Serge Gainsbourg – mesmo eu, que tenho sérias restrições ao reggae, adoro…
  • Bonnie And Clyde, Serge Gainsbourg – Bardot + Gainsbourg = ❤
  • Curtis, Curtis Mayfield – depois de conhecer através de um cd de banca de revista, enfim o original LP do fenomenal álbum de Mayfield
  • Ethio Jazz, Mulatu Astatke – tava mais do que na hora de conhecer Mulatu Astatke…
  • Histoire de Melody Nelson, Serge Gainsbourg – ah, melody…
  • In Rainbows, Radiohead – tá na hora de conhecer radiohead de verdade, né?
  • Initials B.B., Serge Gainbourg – clássica compilação de Gainsbarre
  • Jane Birkin/Serge Gainsbourg,  Serge Gainsbourg – para além de je t’aime… moi non plus
  • My Life in the Bush of Ghosts, Brian Eno + David Byrne – ❤ ❤ ❤
  • New Skin For The Old Ceremony, Leonard Cohen – pra mim, disparado o melhor de Cohen
  • Picnic Suite, Claude Bolling/Alexandre Lagoya/Jean-Pierre Rampal – sempre gostoso de ouvir os discos do Bolling
  • Red Hot + Rio 2, vários – para fazer par ao Red Hot + Rio de 15 anos atrás…
  • Roots, Curtis Mayfield – outro clássico de Curtis
  • Shaft, Isaac Hayes – Who is the man that would risk his neck for his brother man? (Shaft!)
  • Superfly, Curtis Mayfield – um dos raros momentos em que a trilha-sonora é infinitamente mais importante que o filme em si
  • Talking Book, Stevie Wonder – provavelmente o melhor álbum de Stevie Wonder
  • Tecnicolor – Os Mutantes – porque Mutantes é Mutantes, saca?
  • The Perfect Jazz Collection – Vols. 1 e 2coleção de 50 cd’s com 50 álbuns fundamentais da história do jazz de A a Z – ampliados, remasterizados e tudo por uma pechincha!
  • The Revolution Will Not Be Televised, Gil Scott-Heron – grata surpresa
  • Unknown Pleasures, Joy Division – até então, um prazer desconhecido pra mim
  • Voltaic, Björk – álbum ao vivo da tournée do Volta, mas não registra shows, mas sim os ensaios impecáveis da islandesa